quarta-feira, 30 de novembro de 2011

DEBATE, CADÊ VOCÊ: Estatuinte Já!

FONTE: http://forumestatuinteja.blogspot.com/


Nós abaixo assinados, estudantes, professores e técnicos administrativos da UFPE vimos, através deste documento, manifestar nosso estranhamento, indignação e repúdio às propostas que vêm circulando nas últimas semanas na Universidade no sentido de: a) Conduzir uma reforma do estatuto da UFPE sem a convocação de uma Assembleia Estatuinte eleita especialmente para esse fim; b) Definir o método de condução dessa reforma de modo precipitado, no apagar das luzes do semestre letivo e na entrada do recesso acadêmico.
Destacamos que a elaboração do novo estatuto da UFPE não é e não deve ser vista como uma questão “meramente” técnica ou burocrática. O estatuto, como lei fundamental da organização, é o documento que define o modelo de universidade que teremos; seu sentido, sua vocação, suas relações com a sociedade e suas dinâmicas de decisão. A metodologia de elaboração do estatuto, nesse contexto, já traz fortes implicações para a definição de quais os atores, lógicas e valores que prevalecerão na conformação do texto final do mesmo e, consequentemente, do modelo de Universidade que será estabelecido. A luta pela Estatuinte representa uma bandeira histórica da comunidade universitária da UFPE que sempre repudiou o caráter autoritário das normas do atual estatuto, estruturado ainda de acordo com os parâmetros impostos pela ditadura militar.
Defendemos que os debates para a elaboração do novo estatuto devem apontar inequivocamente para o caráter público e democrático da Universidade, resistindo às concepções tecnicistas e privatistas que contínua e reiteradamente tentam nos impor. Defendemos, portanto, que a única forma legítima de construir o nosso Estatuto é: 1. Instaurar uma Assembleia Estatuinte exclusivamente construída para este fim; 2. Garantir que esta Assembleia seja composta, de forma paritária, por representantes eleitos pelos três seguimentos da Universidade (estudantes, professores e técnicos administrativos).
Convocamos a todos os que se identificam com esses princípios e propostas para participarem do FÓRUM ESTATUINTE JÁ, cujo ATO DE LANÇAMENTO será realizado no dia 6 de dezembro de 2011 (terça-feira), às 9h, no Pátio da Reitoria da UFPE.

MATÉRIA: Ensino superior público oferta poucas vagas para quem trabalha

FONTE: http://www.ondajovem.com.br/noticias/ensino-superior-publico-oferta-poucas-vagas-para-quem-trabalha/view

28/11/2011
A evolução nas taxas de matrículas do ensino superior mostra que as instituições públicas ainda não se adaptaram para receber estudantes que são obrigados a conciliar estudos e trabalho.
Apesar de 63% dos quase 5,5 milhões de vagas serem destinadas ao período noturno em todo o Brasil, segundo o Censo da Educação Superior de 2010, a maioria delas se concentra nas particulares. As vagas noturnas em universidades federais não chegam a 30% do total.
Embora o Ministério da Educação tenha lançado em 2007 um programa que incentiva as universidades federais a criarem cursos noturnos, o aumento na oferta não foi suficiente para que essas vagas ultrapassem 30% do total. O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) amplia os repasses para as instituições que se comprometerem a cumprir uma série de metas, entre elas a ampliação das graduações ofertadas à noite.
Sala de aula e trabalho
Juliana Conrado, de 24 anos, cursa o 2.° ano de Direito em uma faculdade particular de Ponta Grossa , no estado do Paraná. Ela trabalha como recepcionista de uma rádio da cidade de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas, com um período de duas horas de intervalo para o almoço. Logo que sai do emprego, recolhe o material e segue para a faculdade.
"É cansativo. Tem dias que chego atrasada, que o estudo não rende, mas não dá para parar de trabalhar", conta. Com o salário, ela ajuda a mãe a custear a faculdade e também compra os livros necessários. "Ficar dependendo só da minha mãe é complicado. Então procuro ajudar de alguma forma", conta.
Já formada em Letras, em 2007, ela chegou a dar aulas por quase dois anos. Mas optou por fazer outro curso para conseguir melhores oportunidades de emprego. "O curso de Direito abre mais chance para passar em algum concurso público, que paga melhor", explica.
Durante o expediente, quando sobra um tempo, ela não nega que tenta adiantar os trabalhos da faculdade. "Aqui não tem problema. O pessoal entende. Mas faço isso só quando dá mesmo. A grande dificuldade em estudar à noite é o cansaço que bate durante as aulas. Mas quem quer e precisa trabalhar dificilmente vai ter tempo para se preparar para um vestibular de uma instituição pública", diz.
A constatação de Juliana também é apontada pelo pesquisador Armando Terribeli Filho. "Quem estuda à noite geralmente o faz desde o ensino médio, para poder trabalhar durante o dia e ajudar nas despesas de casa. Com isso, o tempo de estudo para um vestibular de instituição pública é mínimo", explica.
Cursos mais longos
Uma das saídas possíveis para que a expansão das vagas noturnas nas instituições públicas ocorra sem prejuízo à qualidade da formação é ampliar a duração do curso - uma graduação de quatro anos, por exemplo, poderia ser estendida para seis.
"Se o motivo de não existirem mais vagas é a dificuldade de fazer pesquisas no período noturno, poderia ser estudada a possibilidade de ampliar o tempo dos cursos. A estrutura já existe dentro da instituição. O único gasto a mais seria com profissionais", avalia o doutor em Educação José Marcelino Pinto.
Ainda segundo ele, os cursos ofertados no período noturno normalmente são os menos procurados. "Os demais, com maior procura, como Odontologia, Medicina e as engenharias, são todos diurnos", salienta.
Despesas
O pesquisador Armando Terribili Filho atesta que a lógica da economia no ensino público superior ainda prevalece. "Por isso, não há essa vontade em mudar a situação. Nessa lógica de economizar, quem sai prejudicado é sempre o aluno", salienta.
O próprio presidente da Câmara de Ensino Superior do Conselho Nacional de Educação, Paulo Speller, considera que a ampliação do tempo de estudos é inviável. "Já temos cursos de cinco anos. Aumentar para sete seria impossível. O custo seria muito elevado", diz.
A restrição do número de vagas noturnas, segundo o professor José Marcelino, é mais um fator que faz com que as universidades públicas se tornem cada vez mais elitistas. "O acesso pelo vestibular já é restrito, com alta concorrência. Quando não ampliam as vagas para o período noturno, essa elitização fica ainda mais clara", ressalta.
Na esfera estadual, a proporção ficou praticamente estável neste período, com 46%. Já na rede privada, a participação dos cursos noturnos cresceu e já passa da casa dos 70%, contra 67% registrado há dez anos.
No Paraná, os dados do Censo revelam situação semelhante ao registrado em todo o país. Quase 80% das mais de 335 mil vagas em instituições privadas são destinadas ao período noturno. Já na rede estadual, o índice é 51% e na federal, 36%.
Exclusão social
O reduzido índice de oferta de vagas em cursos noturnos caminha lado a lado com a exclusão social. "O pessoal que estuda à noite e trabalha durante o dia faz isso porque precisa. Quando não se abre vaga para o período noturno, excluem-se totalmente os trabalhadores do sistema público", salienta o doutor em Educação e pesquisador do tema Armando Terribili Filho.
Ele aponta ainda outra dificuldade de quem é obrigado a cursar o ensino superior no período da noite. "A maioria dessas pessoas acaba usando o dinheiro que ganha com o trabalho para ajudar a pagar o curso e para o próprio custeio. Se o aluno estudasse de forma gratuita, em universidade pública, o dinheiro poderia se reverter em compras de livros", destaca.
De acordo com o doutor em Educação e professor da Universidade de São Paulo (USP) José Marcelino Pinto, muitas vezes a pessoa que deseja um diploma universitário se vê obrigada a ingressar em uma instituição particular. Além da ampliação de vagas para o período noturno, José Marcelino afirma que uma das alternativas seria ampliar o número de bolsas aos estudantes. "Dessa forma, eles poderiam se dedicar exclusivamente aos estudos. Mas, como isso não existe, as faculdades particulares se aproveitam do nicho e ofertam a maioria dos cursos à noite", diz.
O presidente da Câmara de Ensino Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE), Paulo Speller, refuta a ideia de que as instituições públicas não estão preparadas para abrigar estudantes-trabalhadores. De acordo com ele, está ocorrendo um aumento gradativo de cursos noturnos na rede pública. "Mas muitos cursos exigem período integral. A lógica dos cursos de instituição pública, principalmente nas federais, se concentra em grupos de pesquisas e projetos de extensão, não permitindo que a graduação seja ofertada apenas em um período", afirma.
Desistência é menor entre mulheres
Na última década, as mulheres foram maioria no ensino superior em todo o Brasil, tanto na esfera pública quanto na privada. Em 2001, 56% de um total de mais de 3 milhões de matrículas eram de pessoas do sexo feminino. No ano passado, segundo o Censo da Educação Superior de 2010, 57% dos quase 5 milhões de matriculados eram mulheres.
Paralelamente a esse fenômeno, o levantamento mostra que o índice de conclusão de cursos também  é maior entre as mulheres. Em 2001, 62% dos formandos eram do sexo feminino e no ano passado foram 61%.
Mas, segundo o presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, Paulo Speller, não há uma explicação para o fato. De acordo com ele, essa é uma tendência que acontece em todo o mundo ocidental. "Não há uma explicação pronta para esses números. O que percebemos é que realmente mais mulheres fazem curso superior e a maioria delas se forma", afirma.
Tendência mundial
De acordo com Speller, somente em países orientais, principalmente naqueles onde existe preconceito contra as mulheres, é que os homens são a maioria da população com curso superior. "Nos demais países, como os da Europa e América, as mulheres já conquistaram seu espaço e estão procurando se aperfeiçoar profissionalmente. Não há resistência para as mulheres fazerem um curso superior. Não é um fenômeno brasileiro apenas, mas mundial", ressalta Speller.
Fonte: Gazeta do Povo – PR

MATÉRIA: Razões para querer a UFPE


Diário de Pernambuco – Vida Urbana
 
Ministérios de Educação e de Ciência e Tecnologia avaliaram federal como a melhor do Norte e Nordeste
MIRELLA MARQUES
A universidade que será disputada neste domingo e na segunda-feira por cerca de 50 mil candidatos é a melhor do Norte e Nordeste de acordo com avaliações dos ministérios da Educação (MEC) e de Ciência e Tecnologia (MCT). No último índice geral de cursos (IGC), indicador que ranqueia as instituições de ensino superior do país, a UFPE ficou com nota 4, numa escala que varia de 1 a 5. Foi o melhor desempenho entre as faculdades pernambucanas, ao lado da UFRPE, que também ficou com nota 4. Estudam na UFPE, atualmente, 28.688 alunos, sendo 24.875 no campus Recife.
Dos 21 cursos de graduação da UFPE avaliados pelo MEC, quatro conquistaram a excelência de ensino: letras, arquitetura e urbanismo, física e serviço social. Curso mais concorrido do vestibular 2012, com 34,9 candidatos por vaga, medicina ostenta nota 4 no Enade e nota 3 no conceito preliminar de curso (CPC), índice obtido por meio da soma das notas do Enade e de avaliadores do MEC. Segundo o estudante Lucas Paes, que está no 2º período, o projeto pedagógico do curso de medicina está passando por reformulações.
“Achei que teria mais atividades práticas mas, pelo que conversei com alunos veteranos, o curso está melhorando muito”, garantiu o jovem de 20 anos. No departamento de serviço social, curso que alcançou o melhor desempenho do estado tanto no Enade quanto no CPC, alunas analisaram a graduação. “Participamos de palestras com professores internacionais e aprendemos a ter uma visão mais ampla do serviço social”, apostou Maria Aparecida Silvestre, estudante do 4º período. Já a colega de turma Milena Cordeiro Gama informou que os professores são preparados, mas que faltam livros na biblioteca. “Mesmo o curso tendo um resultado bom nas avaliações do MEC, precisamos driblar essas questões”.
Mas se a UFPE ainda tenta resolver problemas de uma instituição que reúne mais gente que uma cidade pequena, boas notícias chegam para os estudantes que vão ingressar na área de tecnologia. A Federal vem sendo trabalhada para dar suporte aos novos empreendimentos que chegam a Pernambuco, como a construção de duas refinarias e a instalação de empresas em várias regiões. A UFPE é a única universidade da região a firmar parcerias para pesquisas com a gigante Petrobras.
E a empresa já garantiu recursos para a construção de laboratórios específicos para os cursos de engenharia naval. Um no valor de R$ 72 milhões e outro que custará R$ 20 milhões. Metade do dinheiro já está assegurada e as obras devem começar em março do ano que vem. “Com a ajuda da Petrobras, vamos criar um polo de desenvolvimento de tecnologia”, informou a pró-reitora para Assuntos Acadêmicos da UFPE, Ana Cabral.
Saiba mais
UFPE em números
03 campus (Recife, Caruaru e Vitória de Santo Antão)
 
12 centros acadêmicos
93 cursos de graduação presenciais, sendo 78 cursos no campus Recife, 10 em Caruaru e 5 em Vitória de Santo Antão
116 cursos de pós-graduação stricto sensu, sendo 65 mestrados acadêmicos, 06 mestrados profissionais e 45 doutorados. Um terço desses cursos recebeu os conceitos 5 e 6 – entre os mais altos da avaliação Capes
464 grupos de pesquisa
 
216 projetos de extensão
 
28.688 alunos nos cursos de graduação, sendo 24.875 no campus Recife, 911 alunos no centro acadêmico de Vitória e 2.902 alunos no centro acadêmico do Agreste
 
360 alunos em mestrados profissionais
 
430 alunos do Colégio de Aplicação (ensinos fundamental e médio)
135 estudantes da UFPE fazendo intercâmbio no exterior no segundo semestre de 2009
A UFPE recebeu no primeiro semestre deste ano um total de 59 alunos intercambistas. Os estudantes são oriundos de 17 países da América Latina, América do Norte, Europa e África
2.366 professores, sendo 66,91% com título de doutor
3.893 servidores técnico-administrativos, nos três campus, incluindo o Hospital das Clínicas
Indicadores do MEC
Índice Geral de Cursos (IGC) - avaliação criada pelo Ministério da Educação (MEC) que ranqueia as instituições de ensino superior do país. A UFPE ficou com a nota 4, numa escala que varia de 1 a 5. A Federal manteve-se como a melhor universidade do Norte/Nordeste e está na 23ª colocação entre as universidades brasileiras.
Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) - do total de 21 cursos avaliados da UFPE, quatro receberam a nota 5: letras, arquitetura e urbanismo, física e serviço social. Outros 16 receberam nota 4: matemática, biologia (Recife), pedagogia, história, filosofia, bacharelado em ciência da computação, engenharia da computação, engenharia civil, engenharia mecânica, engenharia de produção, odontologia, medicina, farmácia, enfermagem (Vitória), enfermagem (Recife) e fonoaudiologia
Já em relação ao conceito preliminar de curso (CPC), 13 cursos ficaram com nota 4: odontolgoia, letras, física, arquitetura e urbanismo, matemática, biologia (Recife), pedagogia, história, ciências sociais, bacharelado em ciência da computação, engenharia da computação, engenharia civil, engenharia mecânica e engenharia de produção

VÍDEO: Palestra de Tânia Bacelar na ADUFEPE (25 nov. 2011)